Macapá, 29 de janeiro de 2013.




Sou cúmplice.
Cúmpice do início.
De quando  éramos apenas memórias.

Cúmplice de quando sentimentos passados foram postos à tona.
Cúmplice da vontade que crescia.
Cúmplice do desejo que consumia.
Cúmplice das tentativas frustradas.
Cúmplice da diária companhia (ainda que à distância).

Cúmplice do esperado encontro.
Do sonhado beijo.
Da troca de cheiros.
Das pulsações aceleradas.
Do intenso arfar.
Da ida.

Sou cúmplice da dúvida.
Cúmplice das declarações.
Da saudade.
Do temor.
Da angústia.
Das músicas dedicadas.
Da espera.

Sou cúmplice, mais que cúmplice
de uma história que chegou ao seu fim,
antes mesmo de existir.



Lívia Almeida