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Lívia Almeida
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S A U D A D E
Macapá, 08 de junho de 2014.
Hoje, com 24 anos, tenho muitos sentimentos fervilhando em mim: saudade, adrenalina, estresse, saudade, entusiasmo, alegria, cansaço, saudade, medo, inquietação e... saudade. Não em vão a saudade vem tomando conta de cada brecha dos meus dias, terminando em minhas noites, nascendo em meus dias, pulsando a cada memória, vivendo a cada comparação, florescendo a cada comentário, acordando em cada conversa.
Meu namorado, Kleidir, está há mais de um mês morando em outra cidade, desde que assumiu uma vaga na prefeitura do município de Itaubal, para o qual fez concurso em 2010 (é, quatro anos depois!). A uma distância de três horas da capital, Itaubal é um município pequeno, daqueles em que todo mundo sabe da vida de todo mundo, que acorda cedo e das noites calmas e estreladas.
No começo, quando eu soube da notícia, e muito antes quando ele comentou que havia feito o concurso e que havia a possibilidade de um dia ser chamado, fosse cedo ou tarde, minha primeira reação foi apoiá-lo, claro! Conversamos muito sobre o que essa mudança provocaria em nossas vidas e ele se recusava a ir, pois queria ficar aqui comigo. Eu achava isso lindo, ele deixar de lado algo tão importante como uma oportunidade profissional, porque não queria ficar longe de mim. Mas ao mesmo tempo, sempre estive muito ciente de que essa era a chance dele, de começar a trilhar em sua carreira profissional e poder viver uma vida digna e com o mínimo de conforto, assim como eu quero para mim. Foi assim que decidimos que ele iria, prometendo nos esforçarmos para nos vermos aos fins de semana e nos contactar por telefone ou pela internet (ainda que pra lá a última alternativa seja complicada).
E ele foi e eu fui forte na primeira semana, mas na segunda, antes dele ir, ao ajudá-lo a arrumar suas coisas, me peguei em uma crise de choro, que só acalmou depois do abraço dele. E assim tem sido, vivendo minha vida aqui, agitada durante a semana, que se resume a trabalho e estudos e aguardando ele chegar na sexta ou no sábado. As duas últimas semanas foram dificílimas, pois foram duas semanas sem nos vermos. Ele teve que trabalhar no sábado e não pode vir. Aproveitei para sair com os amigos e consegui seguir bem com a ausência dele, mas isso tudo caiu no domingo e na segunda-feira, como uma porrada na cara que a gente não espera, eu chorei muito, muito mesmo antes de dormir durante esses dois dias. Mas meu coração se acalmou quando, na segunda mesmo, nos falamos pelo Facebook e ele disse que viria a todo custo e que estava com saudade.
E ele veio e aproveitou e matou as saudades dos amigos e de mim também. Conversamos bastante e quando nos encontramos, nos olhamos por muito tempo, como se quiséssemos ter certeza que aquilo era de verdade. Óbvio não somos perfeitos, temos nossas brigas por besteiras e por motivos sérios, mas isso tem diminuído com a distância, aos poucos. Não quero mais que o resumo do nosso fim de semana se confunda com estresse e discussões, quero que seja a nossa válvula de escape, o nosso enlace, a oportunidade de compensar e acima de tudo, amar. Desde que ele foi, tivemos brigas feias, após uma delas, uma semana depois, ao saber que ele não vinha, eu fui em cima da hora pra lá. Quase perdi a van, mas com a ajuda de meus sogros (anjos), consegui pegar. Dei de cara na porta, ele não queria conversa. Quando consegui lembrei a ele das nossas dificuldades juntos, das alegrias e que tudo deveria ser levado em conta naquele momento. Duas semanas depois e estamos retomando aos poucos o que se foi durante aquela semana (que pareceu um mês) sem qualquer comunicação.
Hoje, ele voltou para lá (coincidência/Deuscidência/destino ou não, ele acabou de me ligar para dizer que chegou lá <3) e aquela pontinha de saudade voltou. É impressionante o vazio que fica quando ele vai, tudo parece maior e mais lento, enquanto o cheiro dele está impregnado em tudo! Talvez eu esteja sendo mais forte do que eu pensei, e isso é bom, pois antes me imaginar uma semana sem ele, já me doía. Mas a saudade de hoje está misturada a outro fator: a incerteza. Ele me contou que uma das pontes que une a estrada que vai até Itaubal será fechada para reforma (até que enfim), o que significa que ele não virá no próximo fim de semana, também me contou que fará uma viagem de dez dias para o interior de lá a trabalho, e que essa viagem poderá ser na ooutra semana... E eu me pergunto: E eu?! Terei que ser triplamente mais forte dessa vez e me contentar com ligações e conversas virtuais por uma semana e ficar sem comunicação por dez dias!!! Ai, meu pai! Isso sem contar que passaremos o dia (comercial) dos namorados longe e mais ainda, que no dia em que completaremos 11 meses juntos e 09 meses de namoro não poderemos comemorar. :´(
Ok, tudo por um futuro melhor, seja pra ele ou para nós, afinal não sabemos do dia de amanhã. Só rogo a Deus e a nossos mentores que esta fase seja ultrapassada com maturidade, confiança, lealdade, persistência, paciência e muito amor. Pois a cada fim de semana juntos, se torna mais certo dentro de mim o desejo de estar com ele.
Por uma semana após a outra. Eu aqui e ele lá, lutando por nosso crescimento pessoal e profissional, sem esquecer de quem faz nossos corações baterem mais rápido e mais forte.
Eu te amo, K.
Lívia Almeida
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adorei!
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